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Solidões de vidro

 
Anavalhada
febril e só
a penumbra pousou
nos domínios da noite,
e espalha no íntimo cru
o sabor dos amantes,
desenfreadas
ressoam sombras na luz
que o luar bebe
pelas fragas dos destinos,
desaguados escolhos
no nascer das manhãs.

Animais por entre o breu,
escurecidos a escapulirem-se
nas solidões perdidas
que regressam aos corpos
pela voragem do silêncio
que sangram dentro dos rostos
- crepitam gritos sufocados
de um sol adormecido
num quebranto de vidro.
 
Autor
José António Antunes
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/01/2009 22:20  Atualizado: 24/01/2009 22:20
 Re: Solidões de vidro
A solidão é um vidro fosco, que não consegue brilhar, como gosto de ler o teu pensar...
Bjs