Não minhas, talvez doutro alguém,
São estas penas de carpir lamentos,
Mas se eu não sou aqui de ninguém,
Como levar uma vida só de tormentos?
Construo a minha base a partir do nada,
Ah, quem me dera, ser só o que quer,
Quando a pena enfim fosse resgatada,
Num jardim só de flores e malmequeres!
Procuro por mim a todo o instante,
Sou ser duplo em constante convulsão,
E sou apenas o que não leva avante,
O seu opróbrio, e se deixa envolver,
Pela tímida razão do fausto coração,
Que não encontra razão para viver.
Jorge Humberto
07/04/07