Não tem aldeia como a minha, asseada e
de jardins sempre limpos e bem cuidados,
onde ainda hoje todos se conhecem e
cumprimentam, com afectividade e muito
respeito, pela vida de cada um, o seu
bem-estar permanente, mantendo as raízes,
que uniram estas pessoas, desde suas
infâncias, até hoje em dia, cada uma usufruindo
da sua idade mais bonita, a da sabedoria.
Em qualquer lado que se entre, sempre um
sorriso vem ao nosso encontro, e, entre uma
conversa e outra, as recordações não se
limitam ao passado, pois que o presente
também se faz útil. Na minha aldeia ninguém
é indiferente a ninguém, e, em caso de ajuda,
todos se prontificam, em logo mostrar-se
disponíveis, para o que der e vier e sua mão
estendem, em sinal de lauto compromisso.
Embora nada falte, na minha aldeia, de tudo
que gere e deve servir bem uma comunidade,
ainda há pequenos lugares, para hortas e
pomares, como para fazer criação de animais.
Aqui são as pessoas mais velhas, que regem
tais espaços, uma maneira inteligente e útil,
de ocupar seus dias, onde para pouco mais
são chamados, e, assim, mantém seu dia-a-dia
preenchido, fazendo uso de sua criatividade.
Depois a minha aldeia, é a única com o rio mais
bonito, sempre com barcos deslizando, pra
cima e para baixo, sendo observado por aqueles
que passam, em qualquer sentido, por onde
este seja contemplado. Mas belo de se ver é ao
nascer do dia, quando do horizonte, mil cores
descem sobre as águas, e, para quem acredita,
dirá que é ali o paraíso terreno, em toda a sua
beleza, anunciada, desde logo, pelo cantar do galo.
Jorge Humberto
03/10/08