Plana-me um vento desajustado a varejar verdugo a Alma,
em correntes desenfreadas de versos corrosivos
em busca da raiz das palavras decalcadas dos sentidos.
Escorrem-se em formas abstractas elevando-se em rodopios
nuvens mordidas p’las demoras dos instantes apreensivos.
Magnólias revividas, movidas p’las futuristas turbinas,
derivadas dos gelitos, pretéritos dias.
Num bailio apressado, vejo-me num quadro pintado,
de cenas peculiares …
São moçoilas da minha aldeia, vestidas e trigueiras
nos seus vestidos de chitas. Tudo explode, tudo se agita,
na força da natureza onde Magnólias moças se rebuscam
nos beijos de doces bocas, em demanda de doçuras infinitas.
Plana-me o desalento, no jardineiro almocreve que me
canta e me encanta, lá do fundo do terreiro.
Sinto-lhe plangente, hoje e sempre,
o sabor do sangue escorrente. Quente, quente …
E da terra humedecida se eleva odorífica, chama fecunda,
sémem da vida.
Plana-me este embaraço nas guilhotinas do espaço,
a impedir o abraço, a impedir dar um passo. Elevam-se
em permanência muralhas de ferro, d’aço …
E no eirado divino, te busca a pairar o vento, te envolve
e me envolve, no seu insano lamento. Buscam-se as lãs
dos rebanhos, em placidez de algodão. Busca-se a fome
dos corpos, se faz da terra primordial, rubro lençol e colchão.
No Universo, em fusão, tudo rebenta, tudo se estala
e da fadiga se alimenta a própria terra sedenta,
e a água corredia, nos movimenta e embala!...
O vento, por nós se cala!
Dois corpos em comunhão!
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