Textos : 

habito as mãos.

 
esperei que as tuas mãos se abrissem na tarde a fugir-lhe por entre os dedos, fez-se noite no negro dos teus olhos e ouviram-se vozes de sítios conhecidos, lugares nenhuns onde o eco dos gritos é suave como o toque das mãos. sentei-me ao fundo da rua que se cruza com a tua, de manhã passas por cá, dás passos maiores que as pernas e o teu jeito de andar incomoda o paralelo gasto, a calçada portuguesa. provavelmente ouvirás alguma música triste, provavelmente não ouvirás a minha respiração a subir às paredes, provavelmente não conseguirás amanhecer de mãos fechadas e quando as abrires, meu amor, queria estar presente para me ver sair delas.


. façam de conta que eu não estive cá .

 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
823
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.