Na esquina da rua tem uma padaria
Que vende leite e pão à freguesia
Onde lá eu também sou um freguês
A dona tem uma velha cadernetinha
Onde vai anotando todas as continhas
Para receber no final de cada mês
A dona é uma portuguesa assanhada
Que usa uma saia verde e rodada
Com isso atrai toda a sua freguesia
Seu marido - um português bigodudo
Quando está bravo fala mal de tudo
Mas com sua mulher tudo é alegria
Eu compro pão três vezes por dia
Mas é só para poder ver a Maria
Que mais parece uma linda artista
Muitas besteiras ela sempre diz
Mas se passar disso, algum infeliz
O seu marido lhe quebra a crista
Já me ofereci para ser seu sócio
E juntos poder abrir um negócio
Mas o seu marido disse que não
Pois a fiscaliza o dia inteirinho
Porque se bobear um instantezinho
Alguém pode aproveitar da ocasião
JMD/Maringá, 02.10.08
verde