Poemas -> Introspecção : 

Quem sou eu afinal?

 
Relâmpagos de felicidade brilham
Desaparecem tão rápidos quanto vieram
Deixam o estrondo do trovão a ecoar no ar
Com o cheiro da ausência, na tempestade que se aproxima.

Meu buraco é vazio de todo céu
O cheiro pútrido invade minhas narinas
O gosto amargo do indesejado amarga a língua
O estrondo reverbera em cada uma das paredes.

O que caiu do céu?
Um anjo se despedaçou em mais uma ilusão?
Ou minha consciência gritou sórdida
Com o riso da minha solidão?

Quem sou eu então?
O vento soprou o segredo. Ninguém.
Mas quem sou eu então?
A chuva pingou a resposta. Todo mundo.
Deus! Quem sou eu afinal.


Respondeu o relâmpago no céu no seu brilho
O estrondo do trovão com sua força
o ar parado com seu cheiro intumescido
O vazio presente, no ausente.

Este é você. A soma de tudo. O nada.
O vazio e o cheio. A esperança e a falta dela.
O reflexo envelhecido no espelho
com o brilho arteiro no olhar.

Criança. Velho. Velho criança.
Inicio e fim. Mais fim, pois o começo deixou de ser.




Oh ego Laevus!

 
Autor
Raul de Oliveira
 
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Enviado por Tópico
GlóriaSalles
Publicado: 03/10/2008 03:10  Atualizado: 03/10/2008 03:10
Colaborador
Usuário desde: 28/07/2008
Localidade: Flórida Pta-SP
Mensagens: 2514
 Re: Quem sou eu afinal?
Querido Raul...
A difícil arte de viver, exige de nós inúmeras atitudes e comportamento, e são nelas(rugas) que marcam-se nossas experiências, conta o tempo da nossa existência.
Perfeitos seus versos, recheado de sentimentos , forte e marcante, parabéns pela versatilidade e conteúdo de sua poesia.
Uma notável criação.
Com admiração

Bj
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