Encerro com a noite seus passos sórdidos e mórbidos.
E esqueço, louco, os disparates da vida,
Esqueço, louco, o silencio que se principia.
Sou o eterno silencio velado.
Sou a vida desmistificada.
Bate na alvorada obscura a vida sem sentido
E a saudade de outro alguém a quem me perdi.
Misterioso e silencioso.
Um outro ser a quem ouso ser,
Um outro que habita em mim
Na sombria espera de não ser
Entre os beijos da cálida rosa da noite.
Sou a síndrome misantropa
Na agonia mundana.
Sou Alexandre, o Grande, conquistador,
Preso por um sentimento exilado.
Ferido nesta guerra universal do homem,
Cova de dores e males
Que em outra vida não cessarão.
Sou a escuridão, a melancolia e o tédio
Mergulhados em nostalgia. Tenho a natureza dos mortos,
A escuridão, o vazio, o nada mais ainda que a face do desconhecido
Que tememos: ressentimento prolongado
Que a vida contrai em suas aversões, exílio a um destino inóspito.
O Celebre Anjo vem com suas asas nefastas,
Desposar-me a alma.
A Afeição noturna de seu rosto é de minha morte,
Dentro de mim.
Sinal de invasão, trevas que sucedem minha alma
Nesta incontida liberdade.
Minha vida, campo de batalhas perdidas e vencidas,
Nuvens efêmeras. Lembrei de minha vida infantil,
Nuvens de passado, tão turvas, tão rápidas
Que nem capto a mensagem.
E esta aflição que me penetra a carne,
O corpo, a alma sem a comiseração de Penúria,
Faminta desta designação.
Perdi minha essência neste outro alguém,
Quer dentro de mim se faz presente.
E esta onda de lágrimas em que me anoiteço.
Sou um Deus mnemônico atrás de suas máscaras.
Sou o elo eternum de uma natureza sombria.
Davys Sousa
(Caine)