Poemas : 

A meio mastro

 
Nós nos dedos das palavras
e o dia cala-se,
por ventos rudes desfeito.

(que foi feito do perigo que
nasceu dos nossos medos?)

Sobe-me à cabeça uma escada
onde, passo a passo,
reconstruo o nosso fim.

Dormirão comigo
as ilusões que matamos
- as que nos mataram,
ao pé do teu travesseiro.

Encravada em mim a noite,
mãe da insônia das estrelas
e tu, mutilado de saudades,
a meio mastro
me esquecerás.

 
Autor
Amora
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Enviado por Tópico
DianaBalis
Publicado: 01/10/2008 00:38  Atualizado: 01/10/2008 00:38
Membro de honra
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 535
 Re: A meio mastro
Adorei a imagem do perigo, meio mastro, inteira entregue ao poema e saudades. bjs


Enviado por Tópico
vandapaz
Publicado: 01/10/2008 00:39  Atualizado: 01/10/2008 00:39
Membro de honra
Usuário desde: 22/11/2006
Localidade: Lisboa
Mensagens: 578
 Re: A meio mastro
Construir um fim ainda vá que não vá agora reconstruir um fim, minha amiga isso é duro de+.

Está bonito e muito teu

Beijos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/10/2008 00:41  Atualizado: 01/10/2008 00:41
 Re: A meio mastro
Querida Amora.

Um lamento
que lamenta
a perda de uma amor...
que não morreu.

Beijos

Ulysses


Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 01/10/2008 00:47  Atualizado: 01/10/2008 00:47
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
Localidade:
Mensagens: 3263
 Re: A meio mastro
Sabes,Minha Linda, teu poema me parece uma profecia.Continuo achando que esses poemas que tenho lido ultimamente não são da Amora que conheço e de quem sou fã.Gosto do poemas, mas não gosto de tua tristeza.Fico toda arranhada por dentro.Que a beleza de Saraswati te traga tranquilidade.
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Beijinho!

Karla Bardanza



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/10/2008 08:51  Atualizado: 01/10/2008 08:51
 Re: A meio mastro
A meio mastro também ondulam as bandeiras.
Este teu poema não foi ao vento. Guardei-o no peito para aprender a dizer o amor e os seus medos.
Sem segredos te leio minha amiga.
beijo