Porque me faltas,
corre-me pelo rosto
a saudade,
chega-me aos lábios
o sal,
sabor da tua falta
que me queima
e me conserva
arrecadado em ti
Estás por aí
sinto-te
cheiro a tua presença
como um cego
que pressente teus lábios
encerrados.
As minhas mãos aguardam-te
como cais
aguardando
as marés que trarão
os barcos,
como as mães
rebolando nos leitos
esperando os filhos
que tardam da noite.
Resta a agonia do desejo
e o olhar endoidecido
de te olhar
e te roubar
esse sabor
com que não me esqueço
de ti.
Jorge
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