LEITO DA MORTE
© Magroalmeida
Vou atirar-me numa cova escura
Nela ficar por toda a eternidade
Longe das guerras, longe da loucura
Longe dos males da humanidade
Na cova escura imune as minhas dores
Meu corpo inerte sob a pedra fria
Gelado e teso, coberto de flores
Velado em reza, choro, gritaria.
No quarto escuro dessa cova fria
Abandonado ficarei pra sempre
Sem me importar com a necrofobia
Que um dia tanto apavorou minha mente
Na dura cama do leito da morte
Sereno e calmo ficarei deitado
Enquanto alguém lamentará minha sorte:
- partiu tão cedo o pobre coitado!
Ouço uma grande multidão lá fora
Que sabe eles o que estou sentido?
Enquanto toda essa gente chora
Minh´alma ri e ao céu vai subindo
Quando atirar-me numa cova escura
Repousarei por toda a eternidade
Longe das guerras, longe da loucura
Livrar-me-ei das chamas da maldade
© Magno R Almeida
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Obra registrada na Biblioteca Nacional
e protegida pela Lei 9610 de 19/02/1998
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