chegavas
com a dureza das limalhas cravadas ao olhar
e num braçado de papoilas e mil trigos
regurgitados no Abril dos cravos…
cúmplice,
deitavas a cabeça nas minhas coxas
enquanto soltavas asas de voar ...
depois,
sereno e plácido, fundias o teu beijo em meu beijar
e sonhavas o horizonte peneirado em minhas mãos …
“ontem não te vi em babilónia”
e, d’ ausências prenhe,
intempéries m’assalariam a alma -
desordens cáusticas, tempestades
e vontades de me enlaçar
deslaça
na laça tenra dos teus dedos
dos teus medos
a soldo de não seres soldado, eremita ou pária…
“ontem não te vi em babilónia”.
dos vidros pontiagudos
cresceram verticais as águas
na fúria repentina das palavras porfiadas -
destas
que me faltam
‘ora, se escrevo amor em escassez de verbo conseguido.
“ontem não te vi em babilónia”...
e d’ inexistências se esvaíram forças
nos ralos largos
de um tempo fragmentado...
[…desassossego-me. agito-me quebrantada.
sou soluço e pranto, louco rugido,
fúria da vaga,
e logo,
e agora,
e já,
não sendo nada, em detença aquosa, soletro-te e bramo por ti].
“ontem não te vi em babilónia”...,
sim, não duvides sequer, que estava lá. ontem como hoje e sempre
… espero por ti!
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