“As mãos “
“Pelas mãos passa o sentimento do poeta ...
são delicadas executantes dum pensamento !
Orgulhosas da sua função
aqui estão elas : sempre à mão !”
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As minhas mãos, se têm algum sentir, é o teu ...
o sentir das tuas que afagam as minhas.... que não deslargam,
têm a forma certa para encaixar nas tuas,
sabem de cor os teus relevos,
sabem a relevância que tens para mim,
sabem o que senti
com o seu toque,
o que decobri, mais do que com o meu olhar
tardam em chegar ao seu destino,
teimam em buscar o teu conforto,
e se o seu porto é pequenino
não é o meu coração
pois ao chegarem ,
o teu (coração ) ao meu dá a mão
só te quero ter à mão
para poder experimentar
o tempo de não esperar
o momento de te ver partir .
Nas minhas mãos o teu regaço
a tua completa existência,
em cada ruga
em cada traço
fica a certeza...
traçados sim um para o outro
de mão na mão para todo o tempo
os dedos são testemunhas
do nosso grande e eterno amor
têm truques e segredos,
sabem de emoção
têm a maior
expressão: a do nosso amor
afagos, carícias, apertos
sem nós cegos apertados
vida fora sempre dadas : caminho de paz,
de amor,
entrelaçadas : as mãos e as vidas
supostos terminais do meu corpo
são o principio de te sentir ,
só os lábios sabem mais
por terem essa vantagem do sabor “logo a seguir “
mas sabem que não determinam
onde só as mãos sabem ir ...
têm rugas de sabedoria
têm veias de poesia
apertadas pelas tuas
a vida inteira , noite e dia!
Informam-me da tua forma,
da forma de eu sentir
conforme ao sentimento ,
aperto-as...
para não te ver partir ...
e sinto, momento a momento ,
o coração a disparar de amor
o dedo aperta o gatilho e mata !!!!
Mata a fome de tantas horas de mãos abertas
à espera de a ti as dar
simplesmente e tão apenas
DESERTAS PARA TE ENCONTRAR !!
Luis Sardinha
23/09/2008 04 h 20 m