Se teu egoísmo nao fosse tao doce
talvez te amasse mais.
E vendo tua crueldade
pudesse te perdoar.
Mas manjares nao se recusam.
Nao se repreende à delicadeza.
Antes escrava que fruto dessa trampa,
ser ridícula e em cima culpada.
Tuas súplicas sao supremas.
Pendendo, teus braços me buscam.
Como recusar esse afago
e esse quadro de vil dependência?
Tuas pupilas dilatadas
em cima da boca tirana,
essa pintura romântica...
Nao me cai bem o papel de frustrada
para execrar assim à beleza.
É certo, me subjulgas. Mas ouça:
é meu despeito, teu dulçor...
meu estômago está embrulhado.
Só por bons modos
meu corpo nao te expulsa.
Se eu pudesse te acusar
te azedaria, te diminuiria.
Até te querer mais que a nada.