Se houvesse os teus olhos um pouco mais de Sol, um pouco de chuva, um pouco mais de vinho, um pouco mais do açúcar da uva.
Podia beber-te e saborear-te.
Se não fosse só ilusão a tatuagem na sombra da tua mão, o delírio em que despertas e corres para mim na bruma.
Podia mergulhar, nu na tua espuma.
Se não tivesse falhado todos os semáforos verdes da estrada, e desbaratado todos os amarelos.
Seria agora livre.
Se tivesse partido as algemas e roídas as grades, e olhados os precipícios com sangue de herói.
Seria agora um beijo a voar.
Se tivesse acabado tudo o que comecei, beijado o que não beijei, se tivesse visto o Sol mais cedo.
Seria agora um desvendado segredo.