Fechado no tempo sem pressa sem loucura Perdido no mundo sem se perceber A vida é triste é rara e dura A gente espera a vacina a cura
Ninguém quer saber de nada, de nada Perde-se a pureza no nascimento oco Perde-se a tristeza e a pessoa amada Perde-se o tino, anda-se louco
Mesmo quando se está à beira fim Quando a vida está por um simples fio A nossa mente continua num frenesim Louca como a água rápida de um rio
Pedimos ao mundo a paz e a calma Pedimos aos seres etéreos a saúde o saber E esquecemos de pedir um pouco mais de alma Porque simplesmente só interessa o poder ter
Enfim, lá vem o interruptor da vida Desligando o corpo aos poucos, devagar Desligando, parando a dor e a ferida E assim caímos em nós, vindo a lágrima ao olhar
Fingindo viver uma vida que não existe Fingindo ser feliz numa fogueira ardente Vivendo num mundo oco e triste Atirado no fim para a cova simplesmente
"Quanto maior a armadura, mais frágil é o ser que nela habita!"