talvez te desapertem os botões de rosas contra o peito defunto, talvez te arrastem num tiroteio e te acertem no coração, depois não restará mais nada, nem o perfume, nem o calafrio, nem o arrepio na espinha e a colossal derrota dos teus medos te servirá de infortúnio, sempre. talvez resulte daí uma morte qualquer, antecipada pelo som do dedo a carregar no gatilho, da bala a lançar-se na tua direcção, tão rápido que quando abriste os olhos já era só a noite em teu redor e o ruído de vozes dispersas, ao longe a cairem do mundo, planeta que te estava morto algures entre a garganta e o coração. talvez te tenham roubado o jardim de rosas feito, talvez o tenham pintado de céu em nuvens que te servem de transporte, talvez agora, enquanto escrevo, te estejam a enterrar numa, talvez te deitem, e é ver-te o corpo morto a cair num branco, o branco de uma rosa por abrir.
talvez.
. façam de conta que eu não estive cá .