Entre os rochedos de uma praia deserta,
Sinto envolver-me a maresia discreta,
Sinto o cair da penumbra secreta,
Como tear que tece do céu,
Um véu de luz e de trevas, só meu!
Como ancoradouro que espera no cais,
O regresso de quem não volta mais…
A dor calada que levas,
O grito contido no peito!
A angústia do amor imperfeito!
O luar que o tear não teceu,
A magia que entre nós não aconteceu…
É este véu que me cobre,
Que me sufoca de negro,
Que me nega o teu segredo…
Que me prende junto a ti!
É a aurora distante,
O sonho iminente,
Este amor tão presente,
Que me impulsiona a viver,
Que me faz acreditar,
Que sempre que uma lágrima é perdida no mar,
Cai desse véu se uma estrela,
Que me ilumina o caminho na terra,
Para encontrar o luar!
Então entre os rochedos dessa praia, outrora deserta,
Vão existir segredos de um amor que venceu,
Vão ecoar as vozes dos nossos corpos fundidos num ‘EU’!
O mar vai espelhar os anjos tecendo uma nova aurora,
E o céu, com o seu véu, vai deixar nossa alma coberta,
Com o sonho que a vontade alcançou…
Diana Gomes
22/09/08
10:30h
(Tema proposto por Pedro V.S.)
Diana Gomes