Prosas Poéticas : 

Humanismo desmedido

 
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Serei eu o mais escondido e dissimulado dos fracassos? Sou eu, essencialmente, a besta selvagem e predadora procurando no meio as razões para justificar o injustificável?
Escalpelizando o meu caminho encontro as razões para não me fazer a Ele, as razões para não caminhar. Tentando a custo não ir contra aquilo que invento acabo por me condenar a ficar estagnado apesar de toda as minhas acções.
Questionando, duvidando, escutando, falando, mas parado, rombo, boto, quase morto. De tédio, de desamor a mim e á Vida que quer e merecia ser vivida de forma mais digna e Maior.
Assustado pela calada e revolucionária revelação custo a cair na minha forma.
Como se todas as preguiças do mundo me agarrassem pelas golas com as suas longas e imundas garras e me embalassem com doce e narcótica melodia. O asco e a languidez andam de mãos dadas e reparo que são o mais vulgar dos pares.
Receoso olho no espelho que eu sou e começo a duvidar se gosto do que não vejo.
A Luta que nos faz avançar gasta-me o ânimo.
Condenado por crer em ideais criados por mim, acabo sempre a querer algo melhor. De mim, dos outros, do mundo, da Vida.
Acabo a querer apenas aquilo que ainda não é, adiando assim uma Vida que me aguarda.


A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.

 
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Paulolx
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/09/2008 08:41  Atualizado: 25/09/2008 08:41
 Re: Humanismo desmedido
O que vai contra o humanismo do homem...a inércia. Todos nós a temos, se assim não fosse o humanismo seria mais forte, existiriam menores dores.


Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 25/09/2008 08:45  Atualizado: 25/09/2008 08:45
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Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa/Peniche
Mensagens: 1562
 Re: Humanismo desmedido
"Escalpelizando o meu caminho encontro as razões para não me fazer a Ele, as razões para não caminhar."

Paulo, permita que discorde. Está a caminhar. Quando a inquietude se instala em nós e não o conformismo, podemos até duvidar do caminho, mas, tal como dizia o poeta "no princípio não havia caminho ... o caminho faz-se caminhando".

Muito bom texto,
Abraço fraterno
Mel