Minhas pernas tremeram
Um gelo a me percorrer a espinha
Meus sentidos temeram
Algo, que há muito não sentia!
Depois de tanto tempo...
Lá estavas diante de mim.
Sorrias, estavas tão bem,
Como eu gostava de ver-te assim!
Enconstei-me no pilar
Tentei conter a emoção
Fiquei sómente a te olhar
Apertando o coração.
Vi que não estavas sózinho,
Tentei teu nome chamar
As palavras não me saiam
Deu vontade e chorar!
Segurei então as lágrimas
Virei o rosto e esperei
Tomavas um simples café
Caminhei e me sentei.
Através das plantas dos vasos
Pude me esconder e observar
Teus cabelos estavam grisalhos
Tal qual noites de luar
A vóz no sistema de som
Fez-me voltar à real
Meu vôo estava partindo
Tentei ser mais natural
Num relance vieram à tona
Aquelas lembranças perdidas,
Esquecidas ou escondidas
Doces sensações vividas.
Mais uma chamada do vôo
Ergui-me, num suspiro profundo.
Tu ali estavas bem,
Tão distante do meu mundo!
Dei uma ajeitada nos cabelos
Enquanto tu ainda sorrias.
Fui para o portão de embarque
Olhar-te outra vez, que diferença faria?
Ainda me refazendo aos poucos,
Caminhei a passos lentos.
Ordenava meus pensamentos,
Das lembranças de muitos momentos.
Quantos anos se passaram...
Quanto nos distanciamos....
Momentos que não se apagaram,
Num relance, todos voltarando.
Arrisquei olhar para trás,
Enquanto a porta se fechava.
Num relance vi teus olhos!
Soube então que me buscavas.
Nessa fração de segundos
Nossos olhares cruzaram
Num relance ... só num relance...
Brilharam e para sempre,se separaram.
Eliana Braga
Gaivot@
Cps/Sp/Br