LASTRO
Rogério Martins Simões
É tarde e a noite esfria.
É tarde, a noite avança.
Que é feito da minha esperança
que balança na noite fria
Rola o vento, apaga o encanto.
nas noites molhadas no pranto.
Lá fora arde um madeiro,
dizem que é o último…
Ultimo os meus pensamentos.
Que será de mim
quando acabarem as chamas.
Chamo por ti e não respondes.
Volta!
Deixa ao menos que uma faísca
se espalhe e conserve a luz.
É tarde, o madeiro é agora
um lastro de cinzas
que prende a lua e as estrelas,
pinta-as de negro e vai escondê-las
na sombra dum girassol…
É tarde, a noite avança.
Onde estarás, minha criança,
quando as cinzas taparem o sol…
27-12-2006 23:34:30
(Poema dedicado à poetisa Natália Correia)
Rogério Martins Simões