Há já muito tempo que não me lembrava, o que era cantar como um louco,
Louco num bom sentido, de espírito aberto, sem medos e sem receios,
Pensando bem, com um espírito cheio de inocência!
Era um simples prazer que tinha
Visto não ter confiança numa sociedade miserável...
O pisar, o maltratar, o desprezo, o vergonhoso sentimento de prejudicar
Todo o vil sentimento e acções existentes da abertura daquela caixa
Só me fez, ser um animal ferido
Em constante desconfiança
Em constante encerramento
Sempre de sete chaves à mão e de várias pedras nos bolsos...
Amizade é algo que prezo
Amor é algo que desconheço
Amor é nevoeiro num mar agressivo
No mar d' Adamastor...
... cheio de perigos...
É provável que a desmitificação dessa névoa
Será uma das minhas cruzadas pessoal
É provável que a confiança será SEMPRE posta à prova em todos os sentidos
Em todas as formas e maneiras!
É provável massacrar constantemente aqueles que mais estimo
É provável que o doce néctar acabe em vinho vinagrento...
Mas a queda do anjo da inocência é irreversível
Mas a ascensão do anjo do sagrado e puro sentimento seja possível e crescente...
O desligar do mundo é uma forma de dizer
Que a grande tristeza se instala em mim
E de ter vontade de gritar aos quatro ventos
ONDE ESTÁS TU? ONDE ESTÃO VOCÊS?
Onde está aquele louco que cantava e dançava
À noite enquanto esperava pelo carro para casa...
Era difícil acreditar em amizade
Era me difícil dar crédito a amigos
Era me fácil compreender as amigas
Só não era me fácil perceber os meus sentimentos
Os sinais do grande mestre
Os sons e os 'deja vus' da vida
Que indicavam os momentos de agir...
Só agora é que me descubro
Só agora é que começo a compreender
Os gostos e os motivos
que me agradam
que me desagradam
Só agora é que começo a entender
O que é sentir o aroma da terra
O cair da gota de água pelo corpo
O envolvimento do vento nos braços
E o fogo dos olhos a cantar...
Só agora é que a semente começou a germinar...
P de BATISTA
@ Setúbal, 4-9-2004
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