Esta ânsia de infinito,
que nos faz querer conquistar o além,
a necessidade de transcendência do ser.
Esta náusea que às vezes nos faz ver ao espelho
um rosto sem cor, pintado pela tristeza e que nos
convida a desistir dela.
A má sorte que nos vem roubar a estrela
cintilante, que brilhava num horizonte de
felicidade, como um Sol.
Esta leveza da existência que nos faz viver uma
alegria.
Este arrepio que sentimos na coluna quando chove
sobre nós o dilúvio de uma injustiça.
O nosso quotidiano tem que ver e sentir.
Porque é esta diversidade,
Este colorido meio difuso,
O amargo e doce da vida,
que nos dá a razão e o sentido de se estar vivo,
que nos faz ganhar o desejo de empurrar o destino
rumo ao futuro.
Eu, como tu, poeta, quero doravante, escrever uma
paisagem inteira com palavras de combate ao
infortúnio.
Quero lutar, para vencer as batalhas que o tempo
me puser pela frente,
Quero rasgar as fronteiras do meu peito e
inventar mais de mim.
Por tudo isto que já tenho, e apenas porque quero
ir mais além,
Eu vou colocar em bicos de pé a alma, e com a
fé como companheira, tocarei no céu .
Eu vou viver esta liberdade de me recriar
mulher, sem perder o equilíbrio.
Apenas porque quero ir contigo, irmão,
à procura não de uma,
mas de um milhão de razões para vivermos!
Autor beatriz barroso