Voaram longe meus ais em busca de ti
A alma dói-me profundamente
Meu rosto encerra uma grande derrota
A vida se esvai e cá estou eu, quase morta!
Teu vulto desapareceu no pó da estrada
Tua mão desenlaçou-se da minha
Enquanto o mar em alegria
Aguardava nossa viagem com euforia
Remexi o báu de fotografia
Encontrei teu rosto amigo
Em quase todas tu apareces
Não ver-te mais será um castigo
Hoje me visto com brilhos
Mortalha para uma noite de lua
Respiro fundo e amiúde
Escolherei sem medo meu ataúde
Deveras complicada essa história
Por que tinha que ser assim?
Eu cá sem saber de ti
E tu nada sabendo de mim
Por mais fúnebre que se apresente
Tu não estás mais aqui
Isso eu agora sei!
Se bem que já bem antes pressenti!
Cuida em me esperar querido
Ao teu encontro em breve irei
Onde nada mais, nem ninguém
Ousará nos separar, direi!
Selamos outrora um destino
Por ora, meu beijo recebas
Aguarda-me a qualquer dia
Chegarei sem que percebas
Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil