Vivo o desejo e a melancolia do ser profundo
Vejo-te em algures perdida no tempo, andante
Dava-te tudo o corpo, a alma e até o mundo
Por esse teu olhar que me cura o espirito doente
Pelas as tuas mãos percorria o mar de Ulisses
Onde os ventos alíseos empurram jangadas de pedra
Lutava contra os monstros sem que me pedisses
Fossem eles Medusa, Adamastor ou a linda Phedra
Perdido nesse corpo onde as onda vagueiam a saudade
Tornaste-te Calypso, Musa, Lysithea ou mesmo Afrodite
Deixando esses cabelos negros percorrer a tua ninfa idade
Neste meu mar de loucura és minha Melíade de elite
Quando sussurras naufrago neste oceano profundo
Da tua boca seres etéreos,tentações onde me perdia
Aquelas que são conhecidas por sereias deste mundo
Pisinoe, Ligeia, Agalaope, Parthenope e Thelxiepia
Este serei eu para ti, um nada sem eira nem beira
Sem canto nem espada perdido em teu encanto
Dar-te-ei o que mais puro tenho, a alma inteira
Alma que sem a tua pura chama morre de pranto.
"Quanto maior a armadura, mais frágil é o ser que nela habita!"