Poemas : 

Trivialidades

 
Emana da demência
um pensamento circular
viciosa reclusão, linha limite
caminho ao centro fechado,
espiral livre, interdita negada.

Sequência demencial
psicadélico, transtornado esquizofrénico
labor mental, heteronomias nascentes
guerra aberta,
ousadias reticentes.

Permanente ser demente
traço oblíquo, trémulas mãos
desenho imperceptível , a escrita ás avessas
vulcão máquina de gelo,
ténue distância da sanidade à incongruência.
E porém o irracional , o inacessível acesso
ás loucura esclarecidas,
a liberdade plena sempre distante.
A liberdade miragem da existência.

A jaula ou a selva.,
cinzento ou multi- color, diáfano ou obscuro,
apenas e permanentemente ser pensante.
Visceralmente!

Que poderá ser esta intricada teia,
que poderá não ser mais que imolação
em inquisitória fogueira,
eu feroz Torquemada,
juiz em meu próprio auto de fé
severo julgador de mim,
impura consciência omnipresente
a espada cortando cerce.

 
Autor
Dionísio Dinis
 
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