Alimento uma flor
cuja dor pereceu e deu em regozijo.
o amor,
que devo a essa flor é forte e rijo.
Enriqueço-me de calor
cujo contacto é previlégio,
o alvor sem esse calor, é dor,
é sacrilégio...
E sinto-me rodeado de fervor
e caminhos inesperados e fortes:
até qualquer estupor
cruzando comigo, tem daquelas sortes!!!
Dei ao mundo um favor
maior que qualquer cometa;
este retriui-me em graça, com pudor
pego nesta caneta.
A felicidade está em redor
dos abençoados cujos olhos estão abertos
para verem com olhos do senhor
que gafanhotos comeu nos desertos!
Dadi por
dar,
jóia de luz em flor
és uma gigante a reencarnar!
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.
Dedicada à minha filha Matilde que hoje faz 1 ano.
Escrito cerca de 12 horas após o seu nascimento.