Poemas -> Tristeza : 

O poeta morreu gajeiro

 
Salta fora das águas
a alma do mar,
da proa à popa
uivando tempestades e frios
enquanto as ondas murmuram
numa tristeza arraiada,
que o poeta morreu gajeiro
no convés das marés,
atapetadas a luz e sombras
em horas bordadas de ânsias
que os olhos de espuma bravia
tornam névoas no enredo do dias.

Por profunda gratidão
as ondas cearam cariciosas
os silêncios e os caprichos
entre aromas acres, fluídos
enquanto areais de quietudes
limpam lágrimas que nunca choraram!
 
Autor
José António Antunes
 
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Enviado por Tópico
jessébarbosadeolivei
Publicado: 20/09/2008 15:02  Atualizado: 20/09/2008 15:02
Da casa!
Usuário desde: 14/09/2008
Localidade: SALVADOR, Bahia ---- BRASIL
Mensagens: 368
 Re: O poeta morreu gajeiro
ESTA É UMA ELEGIA ENLEVANTE.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/09/2008 17:49  Atualizado: 21/09/2008 17:49
 Re: O poeta morreu gajeiro
Poeta com tal inspiraçao, não pode morrer.

Por profunda gratidão
as ondas cearam cariciosas
os silêncios e os caprichos
entre aromas acres, fluídos
enquanto areais de quietudes
limpam lágrimas que nunca choraram

Grata por o poder ler.
BJS