Flor nascida, num jardim de alegria,
amor-perfeito, que, buscando o sol,
de cores se vestiu e fragrâncias mil…
Quem te disse rosa, por rosa ficaste,
que a ninguém desiludiu tua branca
textura, nem o branco de meus olhos…
Janelas discretas, bambinelas ao vento,
penteando suavemente as planícies,
como se fora tuas mãos que lá pusessem…
Todos os rios e caminhos, entre fráguas
e doces medronhos, são sonhos de menina,
onde banhas inocentemente tua nudez…
Clarividência e perfeição, és tal qual a ave,
que busca no azul do azul, todos os céus,
num trilho há muito urdido conscientemente…
Porque tu, filha da natureza, tens o condão
e a sabedoria do tempo, mil vidas vividas,
outras por viver, onde as neves não derretem…
E a horizonte, teu nome gravado, no arco-íris,
traz-te de volta às raízes, teu secreto jardim,
escol de todas as flores, nascida por todos nós…
Se eu fora poeta… se eu fora poeta, melhor te
dignificaria, mas não ouso intrometer minha
pena, além do que atrevi, em verso deixar-te…
Jorge Humberto
18/09/08