espero-te entre o fumo de um cigarro e a margem do tejo, é escuro nas águas mas ainda se vê a ondulação, o rio é feito de esperas, minhas e de outros, alguns que como eu sabem como é doce esperar por alguém. fico parado, a boca seca desperta-me os olhos para os ponteiros do meu relógio, morreram à uma da tarde que é meia noite agora. lá em baixo ouvem-se os grilos entre umas ervas daninhas que verdes bailam ao vento, aqui só há rochedos e uma vista em descida breve, do tejo ao mar. do tejo ao mar ou da tua casa à rua. e, do outro lado da janela, um bandido afoga-te o coração em lágrimas, prata sobre azul, azul de água salgada ou doce. espero-te, entre o meio da rua e a soleira da tua porta, e há um deserto a boiar no sal das águas na rua.
. façam de conta que eu não estive cá .