Poemas -> Dedicatória : 

elogio do naif

 
Quem me dera ao olhar uma pedra
ver só uma pedra.
Não pensar em pedra,
não lhe atribuir essa designação.
Nem piedra, stone ou pier...
Queria observar esse poliedro
irregular
e só o olhar.
Quem me dera a óleo
pintar como infante,
olvidar as sombras e os reflexos
e a urgência das reflexões.
Na luz ingénua
banhar os sentidos
e as percepções...
Refugiar-me
na pureza dos sentimentos
e confiar nos outros, como na sua sombra
fugidia...


Dedicado e inspirado na Horroriscausa no seu "uma merda naive qualquer".


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
1240
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 17/09/2008 17:54  Atualizado: 17/09/2008 17:54
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: elogio do naif
Gostei de ler seu texto, ficou engraçadinho, embora eu não entenda nada de pedra!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/09/2008 19:30  Atualizado: 17/09/2008 19:30
 Re: elogio do naif
"quem te dera" ver como o Alberto Caeiro. Não é?


Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 17/09/2008 20:25  Atualizado: 17/09/2008 20:25
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4047
 Re: elogio do naif
Gostei do poema e de todos os sentidos envolvidos nele. Para pensar...

Bjs