Haverá quem consiga definir o Amor...!?
Como definir um sentimento que nos chega sem que o chamemos e que nem sempre conseguimos identificar na surpresa em que nos colhe...?
Tendemos a confundir emoções na ânsia de viver “O” Amor, aquele profundo, além tempo e além vida com que todo o ser humano sonha e tão raros têm a fortuna de (re)conhecer...
Desconhecedores de nós mesmos, iludimo-nos entre conceitos e preconceitos nas variáveis infinitas de um sentimento que cremos único, porém tão indefinível que nem sabemos de onde nasce, como floresce, porque cresce...
Facilmente personalizamos o abstracto desse sentir no impacto de uma atracção súbita que nos atinge com a força de mil universos a atirar por terra todas as certezas e convicções que nos movem…
E mais facilmente preenchemos de ilusão e expectativa todos os vazios do nosso viver, ignorando ser este o mais curto caminho para a descrença, para a decepção... para o esvaziar absoluto de nós mesmos em todos os sentidos da alma...
Porque no auge da ilusão em que, egoístas, aprisionámos o outro e dele nos fizemos prisioneiros, não privilegiamos o Amor e sim quem ama(mos), não compreendemos que o Amor existe livre em si mesmo, não carece de personificação…
O Amor ama por si, não depende de emoções alheias para viver todos os tempos do seu sentir…
O Amor é soberano, escolhe-nos, acolhe-nos no seu regaço, oferece-nos felicidade sem nada cobrar ou exigir…
Mas nós, ingratos e ignorantes, não lhe reconhecemos vida própria… e agrilhoamos o Amor nesta nossa ânsia obsessiva de amar intensamente e por todo o sempre, confundindo-o na inconsciência de que existe e é dentro de nós e nunca fora…
Nós acreditamos amar, porém não sabemos o Amor…
(Imagem de autor desconhecido com efeitos de edição by Zita...)