All Stars

Nossa Senhora dos Incompreendidos! Dizem que desprezo os poemas de amor e de paixão. E desprezo, sim. Desprezo os estúpidos luares desmaiados nas janelas, mais derretidos do que chocolate vagabundo ao sol do meio-dia. Anêmicos, tísicos a escarrar o sangue das paixões que nem sei se são paixões. Dispenso os poemas de amor que rastejam aos pés do psiquiatra. Agora, reparem uma coisa: este poema. Sei lá se é de amor, de paixão, de sacanagem ou de tesão - pouco importa. Vejam a linguagem deste menino - desculpe o tom paternalista, Bruno. É fácil escrever assim? Não, não é. Há que se ter talento e criatividade. Há que não se ter medo das palavras. Sentir tesão pelas palavras. Ser até um rufião das suas palavras. Há que se aposentar os sapatos de verniz da poesia e calç[a-la, sim, com um belo e surrado par de all stars. Pronto. Eis um poema. De amor, se quiserem. Bravo, Bruno!

júlio

Escrevi-o em louvor dos ténis,que são sempre mais bonitos quando pretos surrados calçados por uma rapariga. A namorada gosta,porém não é um
poema-encomenda.

five stars to ure all stars.

bravo!

M