"Não há que supreender-se: o centro da Rosa dos Ventos é também uma singularidade inoperante --- ali, o tempo entra em colapso e o ser se aturde, se perde... //Num amanhecer dos meus onze anos, eu vi um fio de ouro estendido na verde pastagem --- as águas que nascem a leste, por um instante, viajam, convertidas em ouro, carregando [no dorso trêmulo] a luz rasante do sol nascente. Agora, esperanças crestadas dos frios ventos do sul, meus olhos se ofuscam sim, mas com a luz do poente..."28/05/2008 15h52 - Carlos Rodolfo Stopa Comentário ao Texto "Rosa dos Ventos", publicado no Recanto das Letras em 19/05/2008, sob o código T996223, e também já publicado no Luso-Poemas em 01/9/2008.
(O Carlos pintou-me, há tempos, um quadro maravilhoso, num comentário feito ao meu poema "Rosa dos Ventos"... Lindo, que mereceria o fulgor e a intensidade de cores reais, vivas... Mas quem disse que as cores estão nos objectos?? Eles só reflectem, as cores, essas, moram no nosso olhar...)
...O menino olha, com olhos de manhãs e janela aberta...
A Norte, a sorte, o futuro incerto, o desafio do ouro, que se dilui, se se chega perto...
A Oeste as cores fulgentes, plenas. Ardentes. Até a luz se extinguir... Muito, muito Mais tarde que o Sol...
A Leste, o Sol dilui-se em ouro. Em oferenda, rio-quimera, para o menino garimpar navegando a Vida...
A Sul, a mãe-Vida, sábia, olhos de amor, livro aberto, história completa, (não) explica a beleza, simples, da imortalidade...