Poemas -> Surrealistas : 

... apoplexia lenta

 
Tags:  liberdade    direitos humanos    meninos da favela  
 
derrama-se
na tua mão, ramagem verde d’inocência,
desfolha p’lo vento,
em apoplexias, golpes sempre violentos
de um sol que brilha pálido
em teclas occipitais e na corrente sanguínea
e fede o medo da fotografia em jornais,

privado do juízo
o corpo sequioso da árvore incerta
suspende por segundos o movimento rotativo
justaposto em nódulos constritos e serosos
de seivas afectadas de tardias
que estrangulam as veias
esconsas por onde vagueias
a medo, menino da favela …

derramada em tua alma
a impotência de um gesto
que se ausenta
e nos aparta
e nos congrega
e não s’ aquieta

apoplexia lenta esta
que nos cerca e nos impede de,
à luz da água líquida,
avançar
matando a sede e dar sentido
à palavra liberdade …

“só há liberdade a sério quando houver…”

apoplexia, a tua demiurga verdade.


MT.ATENÇÃO:CÓPIAS TOTAIS OU PARCIAIS EM BLOGS OU AFINS SÓ C/AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

 
Autor
Mel de Carvalho
 
Texto
Data
Leituras
1157
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
pedro V.S.
Publicado: 14/09/2008 20:13  Atualizado: 14/09/2008 20:13
Da casa!
Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: PORTO
Mensagens: 246
 Re: ... apoplexia lenta
É um prazer imenso ler-te...
Muitos parabens por mais este sublime poema.
bjs.e muita inspiração amiga Mel