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Conto: Liberdade do Sentimento

 
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Estava escuro, naquele bosque... Encontrava-me sozinho embora ao mesmo tempo com tanta companhia, criaturas sombrias e sem coração, que me perseguiam sem saber porque, ou o que queriam de mim. Fiquei sem forças, não conseguia fugir mais, estava exausto. Então decidi enfrentar o que me perseguia, e fiquei surpreso ao ver que era uma linda rapariga.
- Olá eu sou a bruxa da floresta, não sou assustadora, não possuo qualquer verruga, mas meu poder chega para te manter aqui preso para toda a eternidade.
- Não isso não! Por favor, preciso de sair deste lugar.
- E podes sair...
- Como? Por favor diz-me como.
- Basta me mostrares sentimento e serás livre, apenas isso.
- Mostrar sentimento? Mas como?
Não obtive resposta, a linda bruxa desapareceu, tão rapidamente como o seu aparecimento. Apenas se manteve o ar sombrio, agora aliado a uma dúvida de como mostraria sentimento, num bosque repleto de monstros. Continuei trilho acima tentando não dar atenção aos murmúrios das árvores e ao chiar dos animais, que tal como eu, pareciam não ter forças, sequer para se manterem de pé. Exausto e sem forças, deixei cair meu corpo sobre um monte de folhas secas, já sem vida. Adormeci e acordei momentos depois incomodado por uma forte luz, invulgar no meio de tanta escuridão. Que poderia brilhar tanto, num bosque tão escuro e sombrio? Decidi investigar, andando em direcção aquela luz. Descobri que a luz vinha de uma linda fada, que se encontrava debaixo de uma árvore velha. Esta era muito bonita, cabelo longo, escuro e uma figura muito esbelta. Esta parecia mais do que eu, estar assustadissima. Não pensei muito, avancei e decidi falar com tão bonita rapariga.
- Olá, estás perdida?
- Deixa-me em paz, por favor, não me faças mal. Eu prometo voltar para casa, apenas me perdi no meu caminho.
- Não te vou fazer mal, não sou um deles e também me encontro sozinho e sobretudo perdido.
Nesta altura a fada esboçou um sorriso lindíssimo, que desde logo me prendeu. Tinha vontade e expectativa que o esboça-se novamente.
- Posso saber o teu nome?
- Eu chamo-me Catarina. Ana Catarina.
- Bonito nome, mas sobretudo bonito sorriso.
- É muito gentil da tua parte, mas acho que deveríamos pensar em como sairmos daqui.
- Tens razão, vamos colocar-nos a caminho, eu protejo-te não te preocupes.
Fomos juntos, ambos assustados, trocando olhares e sorrisos que mostravam mais do que apenas medo. Subitamente a chuva começou a fazer-se sentir. Foi aí que corremos afim de encontrar-mos um abrigo, mas apenas encontramos sarilhos. A estrada tinha terminado, mas Ana, não teria percebido, e acabou por segui-la, até cair. Vendo-a cair, tive tempo de esticar minha mão e agarra-la. Ela disse várias vezes, deixa-me, salva-te a ti, mas eu simplesmente não era capaz. Usei toda a minha força e em esforço consegui traze-la para um local seguro, a terra. Ficamos os dois durante vários minutos, olhando um o outro, até que ela disse.
- Obrigado, salvaste-me a vida.
- Obrigado eu, fizeste mais que isso, deste-me a perceber o verdadeiro significado da vida.
- Sério? E qual é?
Não proferi uma palavra, simplesmente como a chuva que cai sem permissão, também eu a beijei sem permissão. Enquanto a beijava, seus olhos piscavam, seu corpo tremia, e o mundo mudava. A chuva parou, o dia nasceu trazendo com ele o verde e apagando todo o negro do bosque. Que significaria isso? Que tinha provado sentimento? Penso que sim... Confesso que era capaz de passar o resto dos meus dias naquele bosque, mas contigo do meu lado. Mas não foi preciso. Não contem este segredo a ninguém, mas desde que conheci tão linda rapariga, guardo uma fada no coração.

 
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Vigilante
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Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 14/09/2008 15:52  Atualizado: 14/09/2008 15:52
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 Re: Conto: Liberdade do Sentimento
Sabe bem ler-te, muito bem...

Outro abraço