Num saber só meu,
Encostado e vivido,
Reflito por reflexo
Em espelho sem nexo,
Uma imagem viva no ar
E morta no chão...
Coisas de um movimento
Que se move sem acção,
Sem desatar nós velhos...
Mesmo velhos... tão velhos!
Desenho-me em contornos
Batidos pelo tempo
Que resistem, firmes,
A águas insistentes,
Desgastantes, correntes.
Mas o que digo eu,
Assim, convencido de mim?
Sei-me sabedor do que não sei,
De conhecimento que é de lei,
Que me reduz e conduz
Por caminho de cruz
Em trajes nus
E, no entanto, sei pouco...
Muito pouco... tão pouco.
É como levar um soco
Com força de louco,
Que me enrola à volta do umbigo,
Que me abraça só comigo
E que me deixa por terra
A moer o destino que me encerra.
Mais uma vez me questiono:
Mas o que digo eu?
Vergo-me a convencimento assim,
Que me prende num sono
Suspeito, arguido, réu,
Colado a um resignado “enfim”
De matriz indolente
E espírito indigente.
O que digo de resposta?
Segredo!
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.