Ah! Não fosse o tempo mais que um traço
E a mim só um ponto concedido;
Gastá-lo no teu olhar perdido,
Nascer e morrer no teu abraço.
E não ser para ti, terrível drama,
Mais do que um efémero momento,
Borboleta, rajada de vento
A arder na tua perpétua chama
Seja a minha existência restrita
A um instante, a pouco mais que nada,
Sempre a ver-te olhar-me, apaixonada,
Ah! É ser sangue a ferver, brutal,
A fluir por ti numa imortal
Fracção de segundos infinita