Antes de todas as coisas, lá mais atrás,
na confusão elementar, caldeirão fervilhante,
amálgama de todos as partes,
antes de se formar sequer, convexo, o Mundo,
esporámos benignidades em verborreias de palavras
inúteis. Contristámos o momento mágico no vácuo.
Despertámos meninos estouvados,
impunemente, aquele estado de Alma
a que chamo soledade, desvio, misantropia.
Emergimos escassamente por dentro de silabas
espumadas de poemas. Baldios. Farpados.
Carência de ternuras. Nudez de afagos.
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Procuro em Babel a mestra chave, no Monte da Lua,
a Lua Nova, a Lua Cheia - um fim nesta logorreia.
Percorro o beiral do abismo, que agora
em silêncio, quero celebrar apenas o mutismo.
De costas na concha do Mar, fito-me no firmamento.
No propósito de estancar o sangramento.
Lá longe, no Infinito, rebusco um lugar
em que o descanso aquartelado me chame
ao recolher. Na melancolia original, na clausura.
Na soledade sem mácula.
Que no abismo profundo, em que a Alma se acorrenta
procuro a étimo do Vento dentro do sémen fecundo
de ser seiva e sentimento.
Junto-lhe o óvulo-fermento de poesia,
e por instantânea magia, logo, logo um novo corpo
de mim emerge e se amamenta.
A poesia fermenta!!!
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