esgueiro-me à noite pálida da incerteza
azul
decalcada em fragrâncias sem cheiros
de linhas paralelas de vazias
rabisco-me breve
num ímpeto febril de audácia e devaneio
caminho arestas em forma de cotovelo
vielas sinuosidades de convexas
delongo-me
num tempo que ainda não é o tempo,
visceral e justo, de vindimar socalcos à serra…
dispersa
desperta
vislumbro sempre planícies de capelas imperfeitas
nas calçadas imprevistas
no íngreme evidente dum céu ora límpido, ora soturno,
bordado a luz em crivo aberto
em alinhavos de palavras aciduladas p’lo vento…
prossigo. guio-me
guiada apenas p’lo teu perfume intenso
de homem-rã, de sangue coalhado a frio,
com pólvora a transbordar
dos bolsos e olhos rubros de amanhã.
encontro-te
na meia desfeita de uma cama confrangida
em chama, onde te espero sempre,
dia após dia, noite após noite,
em químicas de magia e desespero,
aguilhoada ao verbo,
e, porque ausente,
flor de acácia desvalida, adormeço,
acordo aqui, no ventre de um poema,
pincelada rudemente a argila…
… ou pó de gesso!
***
Só foi possível chegar aqui (600 textos)com a vossa amizade. Bem-hajam, todos os que me lêem e, dessa forma possibilitaram ter atingido mais de 100 000 leituras deste 03/03/2007. GRATA, muito grata.
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