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Decomposto

 
Tags:  tristeza  
 
Apáticos olhos de corpos ebúrneos arrastando-se na escuridão,
Veja como afundam nas órbitas adoecidas brilhando em luz mortiça,
Amores perdidos na bruma de novembro
Sinos de claustro em confuso clamor espiritual.

Gostaria de partilhar a morte valente das noivas em trajes de luto,
Esmagadas sobre o reochedo pós funeral, o fim não salvará nenhum de nós proscritos,
Sou eu a lutar contra fantasmas de ebulição tristonha,
Carregando manto da desgraça ,clâmide alva,
Cabisbaixo e sereno como vento de temporal vindouro.

Não há em minha constituição coragem alguma e pouco me envergonho,
Poderia realizar-me isolado devorando a dor diariamente ?
Contemplando a solidão eremita
Condenado presbítero satânico em últimos dias.

A voz trovejante de um anjo soou junto aos meus ouvidos,
Retumbando em esqueléticos presságios,
Amor,como gostaria de teu abraço apenas e não posso,
Não posso prosseguir com esta representação de vida.

Que sejam cerradas as cortinas de tragédia medonha sem teu divinal carinho,
Veja como pendem meus lamentos em lágrimas e veias pálidas de fronte ossuda e saudade.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
Dinahraphaellus
Publicado: 24/09/2008 22:18  Atualizado: 24/09/2008 22:22
Muito Participativo
Usuário desde: 06/07/2008
Localidade: Reino Unido
Mensagens: 52
 Re: Decomposto
"Que sejam cerradas as cortinas de tragédia medonha sem teu divinal carinho,
Veja como pendem meus lamentos em lágrimas e veias pálidas de fronte ossuda e saudade."


Oi Raimundo, mais um espectacular poema seu, no entanto deixe-me salientar o final que e' de um lirismo estonteante, lindas figuras de estilo!!!

Bjos roxos amigo
Dinah