Nada terá importância enquanto meus braços não alcançarem as tuas nuvens cheias de incertezas, caminharei neste paralelo, beijando o vento frio que me açoita na noite, irei transmigrar nas brasas ferventes de sentimentos de amor, nada irá perfurar o meu coração de ouro, nem mesmo a distância e o desgosto de não poder encostar meus lábios nos teus, caminharei assim saltando as nuvens, e quando não agüentar mais de saudade, desabarei em chuva torrencial em teu jardim, se a noite não tiver um luar prateado, riscarei no breu, com a mais púrpura tinta, uma lua violeta de paixão, farei um esboço mal traçado no chão, trêmula, emocionada, apostando que teus olhos enxerguem além da fronteira, que eles ultrapassem o mar e leiam que nunca em tempo algum, em dinastia, fantasia ou era deixarei de amá-lo.
Entrego-me ao córrego do tempo e seus afluentes, beijarei a margem sinuosa de tuas mãos calejadas; e quando perceberdes a solidão de teus dias, e a tristeza bater em tua porta, de apenas um passo à frente e resgate esta mão estendida a ti, puxe-me para dentro do teu castelo e ali façamos amor em todas as estações, façamos amor em todas as vidas, façamos amor em todas as canções em todos os dias de nossas vidas...
Viagem nos sonhos e sintam na alma o que é poesia!
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