Seja uma nesga de lua pelo vao da persiana
duas listras paralelas servem-te de aparato
esquecido num canto sapato de procelana
vidas que se foram ou estão no anonimato!
Lua na janela – misteriosa não me engana
do outro lado da rua brancas almas em contato
jogando conversa fora – riem – que sacana!
das coisas que remexem meu ego estupefato!
Eta lua acabrunhada quis se esconder na savana!
não quero arreliar-te nem deixar em disparato
no transe que reprime rispidamente meu ser
Insônia cotidiana – pensamento nirvana!
tudo jogado na lama – até mesmo teu retrato
tendo vez de bacana – ilúcido custo crer!
Se devo substituí-lo – preciso me convencer!
autor: Creusa Lima