Por onde andas que não te consigo encontrar?
Os anos foram passando e eu fui ficando,
quieta em meu canto,
vivendo ou talvez pensando que vivia.
Hoje acordo para o presente e o que encontro?
Nada, vazios atrás de vazios, espaços por preencher.
E pergunto a mim mesma onde foi que me perdi,
onde estive que adormeci e esqueci-me de viver.
Quero recomeçar a mas não sei por onde começar,
não sei onde me perdi, onde fiquei quando me esqueci de viver,
procuro por ti entre as folhas secas de minha vida, mas nada.
Vasculho os velhos baús de recordações e fico triste
porque adormeci em meus sonhos de menina e moça.
Hoje já mulher pergunto a mim própria “o que quero da vida?”,
e não encontro uma resposta sensata, mas sim espaços vazios.
Vivi sem saber que vivi, sonhei, e os sonhos se desmoronaram.
Em silêncio chorei minhas mágoas e em silêncio as enxuguei.
Hoje quero voltar a viver, sentir o sol brilhar, ver as estrelas,
poder correr nos verdes prados, sentir o perfume da natureza.
Quero voltar a ser menina e moça para poder sonhar de novo,
com o amor, com a inocência, e poder dizer: estou VIVA.
Mas… a coragem foi-se com o passar dos anos;
somente ficaram as boas e as más lembranças da uma vida;
uma vida que quero recomeçar antes que minha alma morra
sufocada por não ser amada como em meus sonhos.
No hoje fica um grito de desespero e angústia por me sentir perdida.
Todos os meus textos estão registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC)