(matéria prima)
Como esta pretensa crónica visa algum embaraço, vou tentar evitar, pelo menos o embaraço inicial e dizer sem pausas para respirar: Sou meia louca! Passo. Sem espinhas, por cima das polémicas que possam diminuir ou aumentar a importância das mesmas. Sou uma famosa meia louca. Aqui, lá fora ou não. Adopto essa postura, senão, não seria capaz de escrever uma só palavra e jamais seria salva.
Passemos às observações segundo as perspectivas de uma meia louca:
Se o ecrã do computador fosse um espelho, muitas vezes reflectiria esgares, movimentos, diversão, angústias e sobretudo algo que me aflige muito: Farpas.
Esta consciencialização, poderia por si só e filosoficamente falando, ser vital para óptica do meu próprio jeito de “farpar”, na medida que defendo a tese, que para a construção de uma nova ideia, registo das coisas é preciso “farpar”. Para simplificar, dar por isso, é muito importante, embora a maior parte das vezes não demos por isso. Então adentro da muy nobre, ilustre forma do nosso ser “farpamos” só por “farpar”. Tornamo-nos mais esmagadores e remetemo-nos à procura de pessoas simpáticas que validem o nosso “farpar”, o que na maioria das vezes não resulta e damos connosco a dizer, o mal dito pelo bem dito - tarefa árdua de interromper a corrente do não dito.
(Produção)
Entendo, que somos rodas dentadas que se encaixam (adoro este termo) umas nas outras para que a engrenagem funcione no seu todo. Mas também entendo que se uma roda não é boa ou se não for acarinhada (lubrificada), se não ultrapassadas as diferenças individuais, que caracterizam cada roda dentada, o global, formado pela fusão do individual, a máquina pode-se transformar numa espingarda de canos cerrados – dispara em todas as direcções e não atinge o alvo.
(linha de montagem)
Sei por experiência própria, que a escrita é algo que nos invade por dentro. Sei também, no meu caso, o quanto a escrita me invade por dentro, mas não me escraviza. Pelo contrário, dá-me prazer. Sei também, que se as pessoas ignorassem a minha escrita, não era por isso que deixaria de escrever. Sempre fui uma anónima e sempre escrevi, Continuo uma anónima e continuo a escrever. Continuamos não? A corrente contínua continua.
(conclusão do arte-facto)
Longe de mim estar a promover a minha meia insanidade, é minha e reclamo-a só para mim. O que na minha pretensa crónica pretendo, é promover algo bem mais subtil e positivo: a normalidade literária produtiva.
" não é à toa os indicadores da baixa produtividade que somos acusados."
É tarde, o texto está longo e trás a exaustão pura. Respiro fundo, ligo a ignição…tantas coisas por acabar e a melhor maneira de as acabar é fazê-las.
" An ye harm none, do what ye will "