A ternura sentida, no teu cálido abraço
Acalora a frígida alma, que caída no peito,
Jazia errante por entre o meu cansaço...!
Qual sonho, rutilante, concebeu tal efeito…?
Dou novos sentidos, a todas as palavras escritas!
Não me servem ignotas juras de amor eterno,
Pois não as vejo mais, que mentiras malditas
No subliminar das acções do tempo moderno…
Olho o presente, como apenas ilusão,
O agora, não existe, foi já apagado
Da temporal memória, e da razão…
Se cada lembrança é distorcida pela saudade
No recurvado e imperfeito esboço do passado!
Repenso o futuro, sem tons de ampla eternidade…
Paulo Alves