Numa noite prateada
Como a de hoje
É longa a estrada
Que a minha mente percorre
E absorve…
Aqui estou…
A fazer o quê?
Aqui estou…
Porquê?
A questão
Que tenho…
Quem sou…
De onde venho…
Quero morrer,
Partir,
Quero nascer
E sorrir…
Quero regressar
Ao passado,
Amar
E ser amado…
Aqui estou novamente…
Amarrado em cordas de dor,
Infectado,
Deprimente,
Sem calor
No corpo…
Vazio,
Absolutamente vazio…
Seco como um rio
Sem foz,
Triste e frio,
Sem voz
Incapaz de gritar o teu nome,
De chamar por ti…
Aqui estou…
Á tua espera…
Sozinho…
Quem me dera embriagar-me
No vinho
Do teu amor…
Ficar demente
No conforto suave
Do teu corpo quente…
O meu coração,
No seu aperto estreito,
Faz-me sonhar que possa ainda adormecer
Com a cabeça no teu peito,
Ouvindo o teu coração bater…
Depressão?
Talvez…
Mas não tenho defesa…
De cada vez
Que sinto um batimento cardíaco
Sinto dor,
Sinto mágoa,
Sinto um ardor,
Chagas…
Porque não pára ele de bater?
Não sentiria mais dor…
Aqui estou…
Sozinho…
Seria um recomeçar?
Como eu gostava que ele abrandasse,
Que batesse devagarinho,
Até parar…
Nos
teus braços...