Não sei como começou
Parecia bom demais para quem sou
Nem procurei saber porquê.
Pensei que era mais um caso
Daqueles que aparecem por acaso.
Me levam na conversa que eu já conheço
E por vezes até obedeço
Faço o que o manda o coração.
Desta vez nem hesitei
Nem sequer procurei
Desculpas para não viver
Desculpas para não te ver,
Entreguei o ouro ao bandido.
E mesmo de peito ferido
Enfrentei o medo inimigo.
Curei lambendo as minhas feridas
Sei bem o que são recaídas.
E desta vez vai ser até ao fim.
Quando o fim é no sair daquela porta
O que já nem me importa.
Preciso de saber se ganho ou se perco
Não posso mais viver em céu aberto
Procurando o sol em pleno Inverno.
Preciso saber sem engano
Se fico ou vou andando.
Sem doses pequenas de amor
Prefiro sentir a flecha e sua dor.
Melhor sentir de uma vez
A paixão que é incerta.
É o Cupido que certeiro me acerta
E me nega o direito de não querer.
Fiz o que o coração me mandou.
Mas agora já rendida nos teus braços
O que faço sem sentir os teus abraços
Que a distancia não permite?
E da circunstancia que me demite
Do direito de amar sem condições?
Tenho apenas um caminho.
Não cruza o teu.
Como caminhante errante e seus ensejos
Sigo, vivendo, conquistando meus desejos.
Carla Veiga Ribeiro