Desço a ti alma antónima
Reverto contigo ao desencanto
Pranto em sangue, agonia
Regresso a ti, alma perversa
Turva-me a Luz
Encaminha-me ás trevas
Rasga-me lágrimas em copo vazio
Desnuda-me
Volta a vestir-me de negro-Morte
Tento-te, alma fel
Entranha-te no gesto mortiço
Dá-me os teus olhos fundos
A palidez do teu abraço gelado
É a ti que aceno, alma crua
Tombo no imo do movediço
Sinto-te dentro dos ossos
Arrisco o beijo no teu rosto-veneno
Definho a teus pés, inerte
Vulnerável acidez de impotência
Ardem corroídas as veias secas
Tormento voraz
Calamidade interior procurada
Toco-te leve, alma arguta
Roubo a fragilidade que tens de ti
Depuro as tuas forças ilícitas
Caio em pedaços, débeis ruinas
Bebo amargor, nascido
Da terra húmida em catarse
Brando, lento e doce sucumbir
Desamparo desejado
Sou o silêncio inteiro...
Minh' alma de mil faces
Guardiã das minhas asas
Desperta-me na antemanhã do sentir...
By .*.Magia.*.