*Fanny*
Ontem eras poema, verso de uma canção,
rima crescente a brotar em cada estância,
solfejo doce soprando beijos no coração...
Nas constelações... um sorriso em aliança.
Hoje, és estrofe arrancada dos compêndios,
névoa perene no céu que não quero ver...
Verso perverso, afluindo em vilipêndios...
Inexorável melodia que expira sem doer.
Hoje, a minha alma voa, livre, sem ilusão...
aparta-se do aleive que ataviava afeição,
liberta-se do famigerado cântico simulado.
Parto do país das quimeras enlouquecidas,
embrenho-me por áleas de cristal, translúcidas...
Despeço-me do Sonho, espoliado de brilho.